terça-feira, 5 de abril de 2011

Conviver com as Diferenças

Projeto: Conviver com as Diferenças

Professor Responsável: Marcela Ulsenheimer
Turma: Nível 3


JUSTIFICATIVA
Este projeto tem por justificativa a importância e a necessidade de aprendermos a conviver com as diferenças existentes em nosso meio. Na sociedade da inclusão, cada vez mais convivemos com pessoas diferentes de nós. Não apenas no que tange às deficiências físicas e mentais, mas também nas diferenças de classe, de cor, de religião, de cultura, e até nas formas de ver, vestir, falar, ser.
Cada um possui um “jeito próprio” e isto deve ser respeitado. Temos gostos e estilos diferentes, temos preferências e opiniões diferentes, o que nos leva a ser diferentes uns dos outros.
“O grande ganho é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos”. (MANTOAN, 2005).
Buscaremos compreender que não devemos discriminizar ninguém, aprendendo a conviver com as diferenças existentes em nossa turma e na nossa realidade, respeitando-as.

OBJETIVOS
·        Aprender a conviver com as diferenças existentes em nossa turma, a fim de promover a integração das crianças e fortalecer a amizade.
·        Superar preconceitos existentes entre os diferentes modos de ser, vestir, brincar, comer, desenhar, evitando a discriminação.
·        Observar as semelhanças e diferenças existentes em cada um de nós para perceber que ninguém é igual a ninguém e que cada um possui um jeito próprio de ser.
·        Perceber as diferenças existentes em cada um de nós quanto à altura, cor dos cabelos, da pele, dos olhos aprendendo a conviver com as diferenças.
·        Discutir aspectos relacionados à individualidade de cada um, do seu jeito de ser, passando a respeitar os colegas em suas preferências.
·         Analisar as diferenças existentes no mundo: mais ricos, mais pobres, brancos, negros, portadores de necessidades especiais, aprendendo a respeitá-los.
·        Conhecer diferentes culturas e suas características principais, ampliando nossos conhecimentos sobre o mundo que nos cerca, para aprender a respeitar as diferenças.
·        Tratar a todos da mesma forma, sem preconceitos.
·        Saber contar e identificar a grafia dos números até 10 (dez), ao vê-los em jogos e brincadeiras.
·        Relacionar os números com as quantidades correspondentes na manipulação dos objetos e brinquedos.
·        Identificar as formas geométricas, reconhecendo os contornos das formas no dia a dia.
·        Comparar grandezas e medidas para saber qual é a maior, menor e mediana ao organizar objetos por tamanho.
·        Reconhecer as letras do alfabeto ao vê-las, sendo capaz de nomeá-las.
·        Identificar a escrita do seu nome, reconhecendo a letra inicial e final.


METODOLOGIA
            As atividades serão realizadas através de análises, observações e discussões sobre o assunto. Serão trabalhadas as diferenças existentes em nós, como altura, cor, tamanho e preferências de cada um.
Também serão contadas histórias que farão refletir sobre as diferenças existentes em nosso meio, assim como a observação de obras de artes, passeios e visitas, alcançando os objetivos do projeto.

HISTÓRIAS
- Ninguém é igual a ninguém
- Apelido não cola
- A história do quadradinho
- Um Mundinho para todos

PRINCIPAIS ATIVIDADES
A turma do nível 3 realizou diversas atividades no projeto Conviver com as Diferenças. O maior objetivo dos nossos trabalhos foi conhecer milhares de diferenças existentes no mundo e aprender a respeitá-las.
A primeira coisa que fizemos, foi observar as semelhanças existentes entre nós... Concluímos que todos temos uma cabeça, duas mãos, duas pernas, olhos, boca, nariz. E então montamos um boneco com recortes das partes do nosso corpo.
Depois vimos que apesar do nosso corpo ser semelhante, temos algumas diferenças na cor dos olhos, dos cabelos, no tamanho do pé e na altura. Verificamos o número que cada um calça e desenhamos o nosso pé, colocando-o sobre uma folha enquanto que a professora fez o seu contorno. Assim percebemos que nem todos calçam o mesmo número. Fizemos o gráfico do tamanho do pé.
Também medimos a nossa altura, observando que até nisso somos diferentes. Colocamos uma fita métrica ilustrada na sala e cada um colou seu nome na medida da sua altura. Em seguida conversamos sobre quem está mais alto, mais baixo e quem está na mesma altura.
Durante estas atividades, enfatizamos que ninguém é igual a ninguém e que as diferenças de cada um devem ser respeitadas.

 


Conversamos sobre os gostos de cada um em relação ao que mais gostam de fazer, brincar, vestir...Registramos com desenhos as preferências de cada um.
Vimos o quanto somos diferentes.



Vimos que as diferenças estão presentes em todas as pessoas, como na obra “Operários” da Tarsila do Amaral.
Realizamos uma releitura da obra com os “nossos rostos”, afinal, ninguém é igual a ninguém.

“A História do Quadradinho” nos ajudou a entender um pouco melhor essa questão das diferenças. Vimos como podemos lidar com elas, através do livro que confeccionamos e que os pais nos ajudaram a criar um final para a história.
A visita que realizamos à turma de Deficientes Visuais também foi bastante significativa.
Aprendemos como os cegos brincam... Como leem e escrevem... Como realizam atividades de pintura, e até conhecemos o alfabeto braile.
Isso nos desafiou a pintar, brincar, escrever como eles, experimentando realizar estas atividades com os olhos vendados. Brincamos de adivinhar qual é a letra, sentindo-a nas mãos, de pintar desenhos com tinta em alto relevo, tocando as figuras com os dedos e de colocar a mão no saco e adivinhar o objeto que está dentro dele.
Conhecemos também outras formas de pintar que algumas pessoas utilizam, que são os pintores com os pés e a boca, observando suas obras de arte no computador. Experimentamos como é pintar sem utilizar as mãos.
Ouvimos a história “Mãos de Vento, Olhos de dentro” de Lô Galasso, em que o menino Tico encontra uma nova amiga, Lia e juntos realizam algumas aventuras.
Uma delas era brincar de observar as figuras que as nuvens formavam. Isto nós fizemos também. Depois registramos as figuras que vimos no céu, reproduzindo-as com algodão.

Mas o que Tico não sabia era que Lia era cega, o que o deixou muito triste ao descobrir. Ele ficou sem saber o que fazer.
Será que ele continuou sendo amigo de Lia?
É claro que sim! A amizade aumentou ainda mais. E uma nova brincadeira surgiu: Tico modelou diversos bichinhos para Lia tocar e adivinhar. Experimentamos essa brincadeira também. Enquanto que os colegas modelavam diversos objetos, outro permanecia de olhos vendados e depois tentava adivinhar, através do toque, o que o colega modelou.
            Quando Tico cresceu, virou escultor. E Lia, poeta. Mas o que faz o poeta? Ele cria poesias e versos. Passamos a ouvir alguns versos e descobrimos que algumas palavras rimam. Procuramos rimas para nossos nomes, o que achamos muito engraçado. Expomos num painel da sala uma ficha com o nome e ao lado uma gravura de um objeto que rima com o nome de cada um. Ex.:
                                          SANDÁLIA – AMÁLIA
                                                ANEL – MIGUEL
 
Criamos o Jogo das Rimas. As cartelas “amarelas” possuem uma gravura de um objeto que rima com o nome de um colega. As cartelas “laranja” possuem o nome de cada um.
Assim fomos identificando a escrita do nome, relacionando-o com uma palavra que rima. Ao jogarmos, procuramos formar os pares das cartelas. A cartela com o nome “José”, por exemplo, forma par com a cartela da gravura de um “picolé”. Nessa brincadeira realizamos uma espécie de jogo de memória, procurando formar os “pares” das cartelas.
Um outro modo de jogar, mas com o mesmo objetivo de formar os pares, é distribuir uma cartela de cada cor para cada um. O colega que inicia, escolhe uma cartela para colocar ao centro e quem tiver a que corresponde a ela, forma o par. O jogo termina quando todos os pares estiverem formados.
Outro jogo divertido é o “Jogo da Velha das Letras”. Em duplas, vamos completando a cartela com as letras escolhidas pelos participantes, tentando formar uma sequência horizontal ou vertical de letras.
As próprias crianças confeccionaram as letras do jogo, pintando-as e recortando-as. Cada um pode escolher uma delas, sendo que na primeira vez em que jogamos, cada um utilizou a sua letra. Nas outras rodadas, trocamos com os colegas, procurando conhecer a nomenclatura e grafia de cada uma delas.
O jogo Bingo dos Números auxiliou no reconhecimento da grafia destes, pois muitas vezes não sabemos de que número se trata, confundindo-o com alguma letra.
Cada um recebeu uma cartela com a grafia de alguns números. A professora distribui tampinhas sobre a mesa e chama um número. Caso esse número está na cartela, coloca-se uma tampa sobre ele. O primeiro que completar sua cartela com tampas anuncia “Bingo”, ficando em primeiro lugar. O jogo continua, até todos completarem suas cartelas.
Quanto mais jogamos, mais nos familiarizamos com a grafia dos números, aprendendo a reconhecê-los de uma forma divertida.
O jogo matemático dos ovos de páscoa nos auxiliou na quantificação dos números. Montamos um painel com coelhos e para cada um deles colamos quantidades diferentes de ovos. Utilizamos um dado com as mesmas faces de coelho do painel e ao lançá-lo, foi necessário encontrar no painel o coelho tirado no dado e verificar quantos ovos correspondiam a ele.
Cada coelho apresentava uma característica diferente: cor, pele manchada, com pintas, de óculos, de barba e até de uma orelha só. Assim que lançamos o dado, encontramos com muita facilidade o coelho no painel, difícil foi saber de cara a quantidade de ovos, o que nos levou a iniciar pequenas contagens.
Após descobrir quantos ovos correspondiam ao coelho que foi tirado no dado, contamos outros ovinhos e os colamos para registrar a quantidade que cada um tirou.
No final do trimestre, montamos uma “Caixa de Jogos” que foi enviada para casa, mediante sorteio, a fim dos pais jogarem junto com seu filho(a) os jogos aqui descritos. A criança sorteada ficou com a caixa por três dias, devolvendo-a para o sorteio de outro colega.
Na aula de música, ouvimos uma história em quadrinhos com rimas. Adoramos a ideia e criamos uma história, envolvendo o que aprendemos no projeto.

Veja como ficou:
“Carina tem o cabelo encaracolado,
Paulo tem o cabelo espetado.
Luana tem a pele morena,
Luís tem uma perna mais pequena.
Tião é um menino gordo,
Nina não gosta de comer bolo.
José tem um jeito diferente de andar,
Tina tem um jeito diferente de enxergar.
Ninguém é igual,
Ninguém é do mal.
Todo mundo é irmão,
com muito amor no coração.”